domingo, 6 de março de 2016

Passeando de barco por Oslo




Outro dia recebi uma mensagem  perguntando que chiqueza era a foto acima andando em um iate na Noruega. Minha resposta: é transporte público! Isso mesmo - em Oslo além de metrô, ônibus, trem e bonde, há linhas de barcos que integram a malha de transporte público da região.

Nestes meses em Oslo utilizei os barcos tanto para voltar do trabalho à casa, quanto para passeio turístico. Algumas linhas do Ruter (sistema de transporte público), por exemplo, fazem um recorrido de cerca de uma hora pelas ilhas mais próximas à cidade, pelo mesmo preço que você pagaria para utilizar ônibus ou metrô.

Barco que às vezes me leva do trabalho à casa
Por dentro


Pegar o barco do Ruter é um passeio que também considero imperdível, especialmente pelo custo benefício. No mesmo porto há as armadilhas de turistas que cobram cerca de dez vezes mais por passeios similares. São anunciados como cruzeiros pelos fiordos de Oslo, mas o que se vê não é muito diferente do que utilizando o transporte público; quem quiser ver fiordos como estes tem que sair de Oslo, o que não é o caso.

O trajeto mais turístico que fazemos é pegar a linha B1 que sai do porto em frente à prefeitura (paradas Rådhuset ou Aker Brygge, no verão há mais opções de linha) e descer logo na primeira ilha, Hovedøya. A ilha tem muito verde, áreas de piquenique, ruínas de um monastério medieval bem bacanas e uma prainhas de pedra diferentes às que estamos acostumados no Brasil.


Hovedøya: costa e ruínas

Depois de passear por Hovedøya, pegamos de novo a mesma linha de barco e no mesmo sentido, que passa pelas outras três ilhas, volta à Hovedøya sentido Oslo e daí regressa ao centro da cidade. É um passeio gostoso e a vista da parte de cima do barco é bem bonita, te permite ver as outras ilhas (menores e sem tantos atrativos) e também a vista de Oslo.

Para utilizar o barco basta ter um bilhete válido do Ruter, sistema de transporte público da cidade. Há máquinas para comprar bilhetes próximas ao acesso à plataforma em Rådhuset - o simples custa 32 Nok (ou 52 Nok se você deixar para comprar com o motorista/piloto) e é valido por uma hora.


4 meses sem dinheiro na carteira (literalmente)

Há poucos dias completei o aniversário de 8 meses na Noruega e de 4 meses da minha conta em um banco aqui. Sei que é estranho pensar no tempo em que você tem uma conta bancária, mas foi um sacrifício conseguir uma - alguns meses com problemas com o visto, sem o visto você não pode ir ao banco, quando pode sãos 30 dias mínimos para conseguir abrir a conta... enfim, uma odisseia.

Também sei que aniversário de conta bancária não é um tema interessante, mas com ele completo outro marco que me impressiona: são 4 meses em que não saco, toco ou uso dinheiro vivo por aqui. Isso mesmo - eu nunca saquei dinheiro aqui na Noruega, nunca fui ao caixa eletrônico do meu banco e há 4 meses que não encosto em alguma coroa norueguesa.


Minha carteira: só cartões e o passe do transporte público


Antes que alguém pense que estou passando por algum problema financeiro, há uma explicação interessante - aqui na Noruega se paga TUDO com cartão de crédito/débito. Desde o bilhete do ônibus, ao pacote de bala, ou um selo no correio. Tudo.

Nos primeiros meses, quando ainda tínhamos coroas que havíamos trocado ao vir da Espanha, tivemos algumas compras recusadas por tentar utilizar dinheiro. Isso mesmo! Fomos comprar flores em um mercado de rua e, nas duas vezes que tentamos pagar com dinheiro, recusaram já que só aceitavam cartão. E o dinheiro estava trocado! Em um mercado de rua!

Pode parecer difícil de entender, mas é uma maravilha. Nas férias de fim de ano em que fomos à Espanha, senti falta da liberdade de não precisar de dinheiro vivo. É tão prático e descomplicado! De fato, aqui 90% das pessoas não tem carteira - levam apenas o celular e o cartão de crédito na capa do aparelho. "E se roubarem? Vai tudo junto?", eu pensava, ainda acostumada com a vida em cidade grande no Brasil.

A "carteira" dos noruegueses | via

Bom, aqui eles não contam com a possibilidade de serem roubados, é praticamente fora da realidade local. E se perder, quem achar te devolve. Já escutei várias histórias assim... E aí esqueço as diferenças e agradeço pela chance de viver em um lugar tão evoluído.